Caminhava agora pela rua que daria até minha casa , um vento suave batia-me na cara. Entrei em casa com o mínimo barulho possível mas não adiantou, pois vi a Teresa a aparecer pela porta que dava para a cozinha.
-Menina esta tudo bem? –perguntou ela, como todos os dias.
-Sim! – disse tentando parecer confiante naquilo que dizia mas em vão.
-Então porque chora?
Não sabia o que responder, nem eu tinha a certeza do motivo certo. Neguei com a cabeça fazendo-a perceber que não queria falar, talvez ela tenha percebido que não sabia o motivo certo , recebi um sorriso dela de apoio , que de certo modo me fez sentir melhor.
Subi as escadas lentamente e fui até ao meu quarto. Atirei a mochila para o chão e deixei-me cair nele a medida que juntava a minha cabeça com os joelhos ficando assim encostada a uma das paredes que construíam aquele quarto que tantas recordações me traziam.
No meu pensamento só via a Ana e o Pedro, aquela imagem angustiante deles aos beijos.
Uma forte dor deu-me no peito ;
Raiva?
Desilusão?
Acho que acima de tudo magoada por ter sido traída não só pelo meu namorado mas também pela pessoa a quem chamava melhor amiga.
Peguei no comando da aparelhagem e liguei-a , a musica que estava era da Taylor Swift , não me importei embora não fosse a que mais gostasse.
Deitei-me na cama , pela 1ªvez na vida não me apetecia dançar, simplesmente queria ouvir musica e esquecer tudo.
(…)
-Sim?
-Onde estás?- ouvi a voz do meu pai do outro lado da chamada.
-Na praia.
-Anda para casa.
-Qual? A minha ou aquela para onde me queres levar.
-Soraia, vai ser melhor…
-Para ti.
Desliguei, não só a chamada como o telemóvel, guardei-o na bolsa e sentei-me na areia.
A vida estava a dar uma volta que acho sem dúvida que não ia conseguir acompanhar.
O meu pai namorava á 1 ano e tal com uma mulher que acho que só a tinha visto 1 vez quando ele ma apresentou, ela tinha um filho da minha idade, que logo no 1º dia que nos conhecemos tínhamos discutido por nenhum querer deixar o seu país.
Suspirei , as coisas não iam melhorar. Por muito que eu fizesse.
Tirei a T-shirt e os calções que vestia e pousei-os a beira das sapatilhas e da bolsa. Caminhei até a agua que se encontrava gelada.
Poucos minutos depois o meu corpo encontrava-se completamente submerso.
Reparei que uma figura masculina se encontrava sentada á beira das minhas coisas. Sai da água e á medida que me aproximava conseguia perceber quem era.
-O que estas aqui a fazer?
-Isso pergunto eu? Olha para as tuas figuras. A nadar de roupa interior , não tens vergonha?
- Queres falar de vergonha? Tens alguma moral para me dizer o que fazer ou não fazer que nem te conto.
Fiquei a olhar para ele enquanto ele se levantava e me deva a roupa.
-Veste-te!
Assim o fiz , não por ele pedir mas por estar a ficar com frio. No fim peguei nas coisas e comecei a andar, ele vinha atrás de mim parei e virei-me para ele.
-Queres alguma coisa?
Ele não respondeu e continuou a andar até chegar a minha beira. Tentou pegar-me na mão mas não deixei, olhei para ele como quem queria respostas a estar aqui e agora a minha beira.
- O que tenho de fazer para me perdoares?
-Nada, eu nunca te vou perdoar.
- Béh…
-Não me chames Béh . Tu perdeste todo o respeito que eu tinha por ti. Tu desses-te que nunca me farias sofrer , que nunca choraria por ti , que nunca me irias magoar. – Disse já com lágrimas a caírem.
-Porra eu fiz a porcaria é 1 erro. 1ERRO Ss. Nunca erras-te? Nunca quiseste voltar atrás e desfazer algo ?
-Sim, eu já errei, e sabes qual foi o meu maior erro? Ter aceitado namorar contigo , ter pensado que um come gajas como tu alguma vez na vida mudaria a sua atitude por uma miúda, acredita que não voltava atrás porque amei todos os nossos momentos mas nunca mais vou ser tua.
-Nunca digas nunca.
-Desta vez é nunca. Eu não sei se vou voltar a Portugal.
-O QUE?
Estremeci com o berro que ele deu.
-Eu disse-te que o meu pai queria que eu fosse para New York e sabes até agora eu não queria porque tinha algo que me prendesse aqui mas agora eu já não tenho desculpas.
-Tu não podes ir.
-Posso como vou. Já esta, tudo tratado. Até, talvez, algum dia.
Virei-me e senti lágrimas a cair. Eu não queria ir, eu queria ficar aqui , junto dele mas não conseguia.
Dói de mais e eu não me vou rebaixar mais.
Liguei o Ipod e fiz o caminho até casa.
''I hope you like''
Desculpem sei que esta um merda mas não consegui fazer melhor.
Obrigada Dha por me ajudares xD